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domingo, 29 de agosto de 2010

AVALIAÇÃO FINAL METODOLOGIA EM EAD

Na avaliação final da disciplina proposta, procuramos após discussão, descrever os pensamentos dos filósofos e sua relação com a EAD.

MÉTODO SOFISTA: Aqueles que julgavam serem detentores do saber eram conhecidos como Sofistas. Embora não se comprometessem com a verdade, expressavam suas opiniões. Seus discursos apoiavam-se sobre julgamentos de valores comuns com objetivo de fazer discípulos.
http://filosofandoepsicanalisando.blogspot.com/2010/08/avaliacao-final-metodologia-em-ead_5961.html



MÉTODO SOCRÁTICO: Era o da indagação, à qual aproveitando a resposta oferecida seguia-se nova pergunta, até chegar-se a um ponto definitivo que era aceito por ter sido totalmente trabalhado ou refutado por ser inaceitavelmente absurdo. Isto exigia um percurso indutivo, a partir de casos concretos e individuais, até se alcançar uma definição universal, que abrangesse todos os casos análogos.



MÉTODO DE LACAN: Jacques Lacan, que em sua obra crítica o método socrático, posiciona-se contrariamente sobre o episódio do escravo afirmando que no diálogo, Sócrates o induz a encontrar a resposta. Lacan o critica afirmando que o escravo foi guiado ao encontrar o conhecimento.

 
MÉTODO DA EMANCIPAÇÃO INTELECTUAL: Neste método, Jacotot após uma experiência com seus alunos, percebeu que apesar de não ter feito nenhuma explicação de um livro, mesmo assim chegaram a um entendimento da matéria.

MÉTODO SOFISTA



Desde a Antiguidade Clássica o Homem já possuía o desejo de ensinar e aprender. Esse despertamento emergiu a partir dos ideais dos filósofos gregos.

Aqueles que julgavam serem detentores do saber eram conhecidos como Sofistas. Embora não se comprometessem com a verdade, expressavam suas opiniões. Seus discursos apoiavam-se sobre julgamentos de valores comuns com objetivo de fazer discípulos. As lições sofísticas tinham como objetivo o desenvolvimento do poder de argumentação, da habilidade de discursos primorosos, porém, vazios de conteúdo. Eles transmitiam todo um jogo de palavras, raciocínios e concepções que seria utilizado na arte de convencer as pessoas, driblando as teses dos adversários.

Suas idéias eram propagadas aos discípulos de forma sedutora a fim de transmitir apenas o conhecimento, ou seja, o aluno era passivo no processo de ensino e aprendizagem. Alegavam que o conhecimento, a virtude, poderia ser transmitido aos discípulos de uma forma bem passível. Buscavam o sucesso e ensinavam as pessoas a forma de consegui-lo, cobrando-lhes taxa pela “educação” oferecida. Ensinavam que todo e qualquer argumento poderia ser contraposto por outro argumento, e por essa razão foram considerados os primeiros advogados do mundo. Porém a moral e a ética não eram um ponto muito valorizado por eles, dado que visavam unicamente seus interesses particulares, não se importando se a causa era realmente justa. Então a realização da humanidade perfeita, segundo o ideal dos Sofistas, não está na ação ética e ascética, no domínio de si mesmo, na justiça para com os outros, mas no engrandecimento ilimitado da própria personalidade, no prazer e no domínio violento dos homens.

O fundamento básico dos Sofistas era a emoção. Quanto mais emoção mais sujeição à sugestão. Dessa forma o espectador era induzido a reproduzir o discurso sofista.

Comparando esse modelo de ensino sofista com a proposta EAD, entendemos que enquanto na metodologia sofista o aluno é passivo, na EAD ele possui uma postura ativa, buscando seu auto desenvolvimento por meio de diversos recursos apenas orientado pele mestre. Um dos aspectos positivos da postura sofística era o uso da emoção, que na EAD aplica-se em incentivo de aprendizagem.

MÉTODO SOCRÁTICO



O método Socrático era o da indagação, à qual aproveitando a resposta oferecida seguia-se nova pergunta, até chegar-se a um ponto definitivo que era aceito por ter sido totalmente trabalhado ou refutado por ser inaceitavelmente absurdo. Isto exigia um percurso indutivo, a partir de casos concretos e individuais, até se alcançar uma definição universal, que abrangesse todos os casos análogos. Embora não usasse a retórica, como os sofistas, seu método era indutivo, ao contrário da EAD que indica o caminho no qual o aluno deve seguir como ferramenta indispensável que é, mas não apresenta fórmulas concretas, permitindo ao mesmo, questionamentos, críticas e criação de seu próprio percurso.

Ele ensinou que o sistema filosófico é o valor do conhecimento humano. Antes de Sócrates questionava-se a natureza, depois de Sócrates, questiona-se o homem. “CONHEÇA-TE A TI MESMO”, uma de suas frases que era a recomendação básica feita por ele a seus discípulos. Ele percebeu que a sabedoria começava pelo reconhecimento da própria ignorância: “SÓ SEI QUE NADA SEI”; partir do principio de que nada sabia era o princípio da sua sabedoria.

O estilo de vida de Sócrates assemelhava-se ao dos Sofistas, embora não vendesse seus ensinamentos. Com habilidade de raciocínio, procurava evidenciar as contradições afirmadas, os novos problemas que surgiam a cada resposta. Seu objetivo inicial era demolir, nos discípulos, o orgulho, a ignorância e a presunção do saber.

Usava dois métodos: IRONIA e MAIÊUTICA.

MAIÊUTICA: Dava alternativas, perguntas e respostas, ajudava a buscar a verdade.

IRONIA: A ironia socrática tinha um caráter purificador na medida em que levava os discípulos a confessarem suas próprias contradições e ignorâncias, onde antes só julgavam possuir certezas e clarividências, perguntas e respostas, destruía o falso saber.

Acreditamos que a relação entre esse método de ensino e a metodologia EAD é que foi um passo adiante para concepção da metodologia EAD, pois a partir de Sócrates, o conhecimento deixou de ser apenas transmitido e passou haver discussão em seu desenvolvimento. Nesse ponto, o mestre deixa de ser detentor do conhecimento.

MÉTODO DE LACAN


 

Jacques Lacan, que em sua obra crítica o método socrático, posiciona-se contrariamente sobre o episódio do escravo afirmando que no diálogo, Sócrates o induz a encontrar a resposta. Lacan o critica afirmando que o escravo foi guiado ao encontrar o conhecimento.

Na apresentação de seu método para transmissão da psicanálise, Lacan criou o Cartel que consistia em um pequeno grupo composto por até quatro pessoas com o objetivo de estudo comum e mais um que seria outro elemento igualmente interessado e que se encarregava da seleção do assunto, discussão e da solução específica ao trabalho de cada um. Este grupo tinha como objetivo produções individuais e específicas. Nessa concepção o conhecimento era desenvolvido sem a participação de um mestre.

Relacionando o método de Lacan com a metodologia EAD, percebe-se, nesta época, mais um passo rumo à EAD, visto que a figura do mestre já era dispensável tornando na figura do Mais Um.

MÉTODO DA EMANCIPAÇÃO INTELECTUAL



Neste método, Jacotot após uma experiência com seus alunos, percebeu que apesar de não ter feito nenhuma explicação de um livro, mesmo assim chegaram a um entendimento da matéria. Para ele, o método socrático limitava a capacidade de raciocínio dos alunos, uma vez que eram direcionados a responder aquilo que era almejado pelo mestre. Na proposição de Jacotot o mestre emancipador deve interrogar para ser instruído e não para instruir. A experiência de Jacotot quando pensada no contexto da EAD, é bastante interessante pois ele se depara com uma situação em que é forçado a abrir mão da função de mestre explicador, deixando seus alunos aprenderem através do estudo do livro, porém não os deixava a sós, oferecia o material e depois perguntava sobre o que eles pensaram a partir do material oferecido. Desta forma, surge uma proposta educacional emancipadora. Dentro do contexto da educação emancipadora, Paulo Freire é lembrado com uma proposta sobre educação em rede lançando a base da EAD.

Relacionando esse método com a EAD, conclui-se que esse método é o que mais se aproxima da proposta da EAD tendo em vista que nesta proposta, o professor é um animador da inteligência e um incentivador da aprendizagem e do pensamento, cuja atividade é, então, centrada no acompanhamento e na gestão de aprendizagem.

“ Cabe a educadoras e educadores progressistas, armados de clareza e decisão política, e coerência, de competência pedagógica e científica, da necessária sabedoria que percebe as relações entre táticas e estratégicas, não se deixarem intimidar. Cabe a eles e a elas criar com medo e a coragem, com a qual confrontem o abuso de poder dos dominantes. Cabe a eles e a elas, finalmente realizar o possível de hoje para que concretizem o amanhã , o impossível de hoje”.              Paulo Freire